O ibovespa hoje está fechado por conta do final de semana, mas iremos fazer um resumo sobre o que aconteceu nessa semana.
O Ibovespa encerrou o pregão da quinta-feira em queda de 0,95%, fechando aos 135.173,39 pontos, após registrar três dias consecutivos de alta e alcançar recordes históricos. O recuo reflete o mau humor global, impulsionado por incertezas econômicas e declarações de autoridades monetárias tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O dólar, por sua vez, avançou 1,98%, sendo cotado a R$ 5,58.
Fatores Globais e Locais Pesam Sobre o Ibovespa hoje
O desempenho negativo do Ibovespa hoje é atribuído, em parte, à cautela dos investidores com o cenário global, sobretudo devido à divulgação de indicadores econômicos norte-americanos que superaram as expectativas do mercado. O índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços dos EUA, que veio acima do esperado, aumentou a expectativa de uma postura mais rígida por parte do Federal Reserve (Fed), ampliando as preocupações com o futuro da política monetária no país.
No cenário doméstico, a repercussão das falas dos diretores do Banco Central brasileiro também influenciou negativamente o mercado. O diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, adotou um tom mais moderado em relação à condução da Selic, o que gerou ajustes nas taxas de juros futuros e impactou as ações mais sensíveis à economia interna.
Desempenho do Dólar e Impactos no Mercado Brasileiro
O dólar comercial apresentou uma alta expressiva, encerrando o dia com valorização de 1,98%, cotado a R$ 5,58. Esse movimento foi impulsionado por um ajuste de posições nos mercados globais, que se preparam para o Simpósio de Jackson Hole, evento que reunirá os principais formuladores de política monetária do mundo, incluindo o presidente do Fed, Jerome Powell.
Além disso, a performance do real brasileiro foi a pior entre as principais moedas globais, refletindo tanto o ambiente externo quanto a percepção de incerteza em relação à trajetória da política monetária no Brasil.
Análise Setorial: Mineração e Siderurgia Mantêm Fôlego
Apesar da queda geral do índice, o setor de mineração e siderurgia continua a se destacar positivamente, impulsionado pelo aumento nos preços do minério de ferro. A Vale (VALE3), principal representante do setor no Ibovespa, registrou uma alta de 1,92%, sustentando o índice em meio à retração de outras ações. Os contratos futuros de minério de ferro negociados em Dalian, na China, e em Cingapura também fecharam em alta, reforçando o movimento positivo das ações ligadas a commodities metálicas.
Desempenho das Ações do Ibovespa hoje na cotação atual
Maiores Altas – ibovespa cotação atual:
- CVC (CVCB3): A CVC teve um desempenho expressivo no pregão, registrando alta de 12,75% e fechando a R$ 2,25. Esse movimento positivo foi impulsionado pela notícia de que os fundos de investimento geridos pela WNT adquiriram uma participação significativa na empresa, correspondente a 5,01% do capital social. O aumento de participação gerou otimismo no mercado, refletindo uma possível recuperação da empresa, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses. As ações da CVCB3 registram uma valorização de 26,37% neste mês, apesar de ainda exibirem uma queda de 34,29% no acumulado do ano..
- Petz (PETZ3): As ações da Petz subiram 7,07%, encerrando o dia a R$ 5,25. O desempenho positivo foi sustentado pelo recente anúncio de fusão com a Cobasi, uma notícia que continua a gerar confiança entre os investidores. A fusão é vista como uma oportunidade estratégica para ampliar a presença da Petz no mercado de produtos para animais de estimação, o que impulsionou uma valorização significativa de 47,14% no mês. Ao longo deste ano, as ações da PETZ3 registraram um aumento de 30,38%.
- Gerdau (GGBR4): A Gerdau também foi destaque positivo no pregão, com suas ações subindo 3,83% para R$ 18,28. A valorização foi impulsionada pela recuperação dos preços do minério de ferro no mercado asiático, especialmente na China, onde o contrato futuro da commodity subiu 4,58%, atingindo US$ 104 por tonelada. Essa recuperação beneficiou diretamente as empresas do setor de mineração e siderurgia, como a Gerdau, que se mantém em alta de 1,65% no mês, embora ainda acumule uma queda de 4,51% no ano.
Maiores Quedas:
- Assaí (ASAI3): A Assaí foi a ação que mais caiu no Ibovespa hoje, com uma desvalorização de 3,42%, fechando a R$ 9,87. A queda está relacionada ao aumento das taxas de juros futuros, que penalizam empresas com alto endividamento, como é o caso do Assaí. A pressão sobre os papéis também decorre das expectativas de uma possível alta na taxa Selic, o que poderia aumentar ainda mais os custos financeiros da empresa. No mês, a ASAI3 apresenta uma leve alta de 0,51%, mas no ano acumula uma desvalorização de 27,05%.
- Dexco (DXCO3): As ações da Dexco fecharam em queda de 2,29%, cotadas a R$ 8,11. A empresa, que é sensível ao ciclo econômico, foi impactada negativamente pelas expectativas de alta na taxa Selic, o que pode afetar a demanda por seus produtos. Apesar da queda de hoje, a DXCO3 ainda acumula uma alta de 10,94% no mês e 1,37% no ano, indicando que a empresa tem conseguido navegar pelas incertezas econômicas com algum sucesso.
- Cogna (COGN3): A Cogna também figurou entre as maiores quedas do dia, com uma desvalorização de 2,11%, fechando a R$ 1,39. Assim como outras empresas ligadas à economia doméstica, a Cogna foi impactada pelo avanço dos juros futuros, que pesam sobre empresas com estruturas de capital mais alavancadas. A COGN3 está em baixa de 8,55% no mês e acumula uma expressiva desvalorização de 60,17% no ano, refletindo os desafios enfrentados pelo setor de educação em um cenário de juros altos e incertezas econômicas.
Perspectivas para os Próximos Dias
O mercado continuará atento às declarações dos dirigentes do Fed e do Banco Central Europeu (BCE), que devem fornecer mais clareza sobre os próximos passos da política monetária global. No Brasil, os investidores estarão de olho nos desdobramentos das políticas locais e nos indicadores econômicos que podem influenciar a direção dos juros e, consequentemente, o desempenho do Ibovespa.