Golpe do “Pix Errado”: Como Funciona e Como se Proteger

Nos últimos tempos, um novo golpe tem circulado entre os usuários do Pix, conhecido como “Pix errado” ou “Pix devolvido”. Este crime se aproveita de um mecanismo de segurança do Banco Central, criado para facilitar a devolução de valores em casos de fraudes. Entenda como funciona essa prática enganosa e saiba como se proteger.

O Funcionamento do Golpe

Atraindo a Vítima

Os golpistas começam sua ação fazendo uma transferência para a conta da vítima, utilizando uma das chaves Pix, como o número de celular, o que facilita a localização. Depois de completar a transação, eles entram em contato, geralmente por ligação ou mensagem, afirmando que cometeram um engano e que enviaram um Pix acidentalmente para a conta da vítima. Ao conferir sua conta, a vítima vê que o valor realmente está lá, e é nesse momento que o golpista solicita a devolução do valor.

Desvende como acontece a farsa

O ponto crucial do golpe ocorre quando o criminoso solicita que a vítima devolva o dinheiro para uma conta diferente da que recebeu a transferência original. Assim, a vítima acaba fazendo um depósito em outra conta, enquanto o golpista também utiliza o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para reivindicar o reembolso, alegando que foi prejudicado. O resultado é que a vítima perde o dinheiro, que vai para o golpista.

Mas o que é esse tal MED? O Mecanismo Especial de Devolução (MED) é uma ferramenta criada pelo Banco Central para facilitar o ressarcimento de valores em casos de fraudes, especialmente em transações realizadas via Pix. Para utilizá-lo, a vítima deve notificar o seu banco sobre o incidente, dentro do prazo estipulado, que geralmente é de até 80 dias após a transação. O banco então avaliará o caso; se constatar que houve fraude, poderá bloquear os recursos na conta do golpista e devolver o montante à vítima em até 96 horas. É essencial seguir as orientações da instituição financeira e fornecer todas as informações necessárias para uma análise rápida e eficiente.

Como se Proteger do Golpe do “Pix Errado”

1 – Verifique a Transação

A primeira medida de proteção é confirmar se o valor realmente caiu em sua conta. Caso positivo, a devolução deve ser feita exclusivamente através da funcionalidade de “reembolso do Pix” disponível no seu banco. Isso evita que você faça uma transferência para outra conta, garantindo que o valor retorne pelo mesmo caminho.

Para verificar a opção de “Reembolso do Pix” basta ir no extrato do pix no seu app, na parte inferior vai ter a opção de reembolso:

2 – Use a Função de Reembolso

Ao selecionar a opção de “devolver dinheiro” ou “fazer um reembolso”, você se certifica de que o golpista não terá a chance de alegar que ainda precisa de um estorno. Essa prática é fundamental para evitar que você se torne uma nova vítima.

Se você não encontrar essa opção no aplicativo do seu banco, entre em contato diretamente com a instituição para obter esclarecimentos. No entanto, nunca faça um Pix diretamente para a pessoa que afirma ter transferido o valor por engano.

E se Eu Já Caí no Golpe?

golpe no pix

1 – Informando o Banco

Se você foi vítima de um golpe, é fundamental comunicar seu banco sobre o ocorrido dentro de até 80 dias após a transação. A instituição financeira analisará a situação e, se constatar que é uma fraude, poderá bloquear os fundos da conta do destinatário.

2 – Análise e Devolução

O banco terá um prazo de 7 (sete) dias para fazer a análise do caso. Se for confirmado que se tratou realmente de uma fraude, a vítima receberá o reembolso total no prazo de até 96 horas. Caso não haja saldo na conta do golpista, o banco continuará monitorando a situação por até 90 dias, realizando devoluções parciais, se possível.

O Que Mais Saber?

O Banco Central destaca que a instituição financeira do golpista não é obrigada a devolver os valores com recursos próprios. E se a situação não for resolvida? aí nesse caso a vítima pode:

  • Procurar o Procon do seu estado
  • Acionar a Justiça
  • Registrar uma reclamação no Consumidor.gov

Situações de Falha Operacional

Além disso, o MED pode ser utilizado em casos de falhas operacionais no sistema Pix, como transações que foram duplicadas. Nesse cenário, a devolução é feita em até 24 horas, desde que o banco reconheça a falha.

Erros de Envio

Por outro lado, se o erro for um engano na escolha do destinatário, o Mecanismo Especial de Devolução (MED) não é aplicável. Nesses casos, o ideal é contatar seu banco imediatamente para orientações.

Por exemplo, se você acidentalmente enviar um Pix para o número de telefone de um amigo errado, o MED não pode ser utilizado, pois trata-se de um erro na escolha do destinatário. Nessa situação, o melhor a fazer é entrar em contato com seu banco imediatamente para receber orientações sobre como tentar reverter a transação e recuperar o valor perdido.

Mas porque não posso utilizar o MED nesse caso?

Mecanismo Especial de Devolução (MED) não pode ser utilizado em casos onde o erro é relacionado à escolha do destinatário, pois ele foi projetado especificamente para situações de fraudes, como transações não autorizadas ou enganos em que um valor é enviado a um golpista. Quando um usuário envia acidentalmente um Pix para a conta errada, essa transação é considerada válida, já que o remetente autorizou o envio.

Por outro lado, o MED pode ser aplicado em casos de fraudes, como quando um golpista realiza uma transferência para a conta da vítima e, em seguida, tenta reivindicar a devolução do valor usando o MED, alegando que foi enganado. Nesses casos, o banco pode investigar a situação e, se confirmado que houve fraude, o valor pode ser devolvido à vítima.

Portanto, é importante sempre conferir os dados do destinatário antes de realizar uma transação para evitar esse tipo de erro.

Conclusão

Manter-se informado é a forma mais eficaz de se proteger contra fraudes financeiras. Fique atento aos sinais e sempre utilize as ferramentas corretas para garantir que seu dinheiro esteja seguro!

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